Pular para o conteúdo
Início » Batong BT-686: O Frankenstein do Famicom que Ninguém Sabia que Precisava!

Batong BT-686: O Frankenstein do Famicom que Ninguém Sabia que Precisava!

Batong BT-686
Imagem: Facebook Marketplace

Você já teve aquela sensação de esbarrar com algo tão raro, bizarro e absolutamente fascinante no universo dos videogames retrô que precisa compartilhar com o mundo? Pois é, prepare-se, porque hoje vamos mergulhar em uma relíquia obscura que é praticamente uma lenda urbana: o Batong BT-686 Multimedia Computer, mais conhecido como Famicom CRT Unit.

Este é daqueles aparelhos que parecem ter saído direto de um universo paralelo, misturando nostalgia, criatividade e uma pitada generosa de “gambiarra” asiática dos anos 90.

Anos 90: A Era dos Clones e da Criatividade Sem Limites

Para entender o contexto do Batong BT-686, precisamos voltar ao início dos anos 1990. Enquanto no Ocidente imperavam os videogames oficiais como o NES e o Super Nintendo, em muitos países do leste asiático, principalmente na China, o mercado era dominado por clones do Famicom. Esses consoles paralelos, muitas vezes classificados como “educacionais”, eram a porta de entrada de milhares de jovens no mundo dos games e da computação.

No meio desse cenário caótico e criativo, surge a Batong Electronics (八通电子), uma fabricante especializada em “computadores educacionais” baseados em hardware do Famicom. Mas o BT-686 não era só mais um clone. Era um verdadeiro Frankenstein eletrônico.

Conheça o Batong BT-686: Um Computador? Um Console? Um Mutante!

Imagem: Facebook Marketplace

De cara, o design do BT-686 já chama atenção: uma carcaça bege robusta, lembrando aqueles computadores escolares soviéticos dos anos 80, só que com um toque de videogame. Parece até que alguém pegou um Famicom, misturou com um PC de laboratório de informática, e jogou tudo em uma centrífuga de 8 bits.

Mas o charme desse aparelho vai muito além da estética retrô. Veja o que tornava o Batong BT-686 tão único:

Principais Características do Batong BT-686

  • Tela CRT Integrada: Esqueça TVs externas. O BT-686 trazia uma telinha CRT embutida, como um mini monitor escolar.
  • Slot para Cartuchos Famicom: Rodava os famosos cartuchos do Famicom – inclusive os multicarts piratas que circulavam nos anos 90, recheados de clássicos como Super Mario Bros.
  • Entradas para Cartuchos de RAM e Sistema Operacional: Permitindo expansão de memória e carregamento de sistemas, como intérpretes de BASIC.
  • Teclado Mecânico Completo: Diferente de muitos clones, o teclado do BT-686 era funcional, permitindo digitação e comandos em linguagem básica, transformando o aparelho em um verdadeiro híbrido entre console e computador.
  • Adaptador NES para Famicom (62 pinos): Você podia conectar cartuchos americanos do NES – claro, com um bom jogo de paciência para funcionar.
  • Tudo em um Único Aparelho: Compacto, robusto e pronto para rodar jogos e ensinar programação na mesma carcaça.

Ah, e para dar o toque final: o boot do sistema trazia uma tela de carregamento com temática espacial, digna de uma “aula de informática no bunker da Guerra Fria”. Tem como não amar?

Como Funcionava Essa Maravilha?

Graças a vídeos de colecionadores russos, principalmente do canal Russian Video Game Comrade, conseguimos entender melhor a magia do BT-686 em ação.

Ao ligar o aparelho, ele inicializava a partir de um cartucho proprietário de sistema operacional – algo similar aos velhos interpretadores de BASIC. A memória RAM podia ser expandida por meio de cartuchos adicionais, aumentando as possibilidades para quem quisesse programar ou explorar softwares educativos.

Mas o grande diferencial era mesmo a compatibilidade com o Famicom. O BT-686 aceitava os multicarts tão comuns na Ásia – aqueles cartuchos recheados de jogos piratas, incluindo Super Mario Bros., Contra, Adventure Island e tantos outros clássicos. E, graças ao adaptador incluso, também era possível usar cartuchos do NES americano, desde que se usasse uma fonte de alimentação compatível e um pouco de sorte.

O teclado funcional era outra surpresa. Muitos clones só tinham teclados de enfeite, mas no BT-686 ele servia para digitar comandos, programar em BASIC e até jogar alguns games educativos. Ou seja, era mesmo um híbrido: parte console, parte microcomputador, parte “máquina de sonhos”.

Por Que Ninguém Conhece o Batong BT-686?

A raridade do Batong BT-686 é quase mítica. São pouquíssimos registros digitais, praticamente nenhum manual, catálogo ou propaganda de época. Fora alguns poucos vídeos no YouTube e fotos em fóruns de colecionadores, a existência desse aparelho parece lenda.

O mais provável é que ele tenha sido vendido em pequenas quantidades na China e em outros países do sudeste asiático no início dos anos 90. Nessa época, muitas famílias só conseguiam colocar um videogame em casa se fosse “disfarçado” de computador educacional, já que havia uma pressão social e governamental pelo ensino de informática. Assim, aparelhos como o BT-686 surgiam como uma brecha genial: aprender a programar e, de quebra, jogar Super Mario Bros.!

Encontrar uma unidade completa, com todos os acessórios – teclado, display, cartuchos de sistema e RAM – funcionando perfeitamente, é praticamente impossível. Esses equipamentos eram baratos, sofriam muito com o uso intenso e, claro, com o tempo, a maioria acabou perdida ou desmontada.

Detalhes Técnicos e Produção

Os detalhes de hardware do BT-686 são um mistério. Sabe-se que ele usava chips compatíveis com o Famicom, mas há indícios de que alguns modelos traziam componentes reaproveitados de computadores antigos ou placas de videogames desmontados.

A Batong Electronics, apesar de obscura, era conhecida por fabricar outros clones e periféricos baseados em tecnologia 8 bits, mas nada tão ousado quanto esse híbrido.

Não há registros oficiais de quantas unidades foram produzidas ou comercializadas, nem de quanto custava na época. O que se sabe é que aparelhos como o BT-686 são verdadeiros “unicórnios” no mundo do retrogaming, valendo uma fortuna entre colecionadores que buscam peças raras e excêntricas.

A Importância do Batong BT-686 para a História dos Games

A existência de consoles como o BT-686 mostra o quanto a cultura gamer foi (e ainda é) criativa, resiliente e apaixonada. Em um período em que os consoles oficiais eram inacessíveis para muitos, as soluções alternativas surgiam da necessidade – e, muitas vezes, da pura genialidade.

Hoje, olhar para um Batong BT-686 é como folhear um capítulo secreto da história da tecnologia: um tempo em que jogar videogame era um ato quase subversivo, em que aprender e se divertir andavam de mãos dadas, e onde a linha entre console e computador era tênue, mas cheia de possibilidades.

A nostalgia que esses aparelhos provocam não é só pelo design retrô ou pelos jogos clássicos, mas pelo espírito de uma época em que a imaginação era o principal combustível para explorar universos digitais.

Uma Lenda Viva dos Anos 90

O Batong BT-686 é o tipo de máquina que faz qualquer colecionador de retrogaming sonhar acordado. É estranho, raro, com uma história envolta em mistério e charme. Mais do que um videogame, é um artefato que conecta o passado de uma geração de apaixonados por tecnologia.

Descobrir um BT-686 funcionando hoje em dia é como encontrar um tesouro enterrado: você não está apenas resgatando um videogame antigo, mas sim um pedaço perdido da história dos videogames, da criatividade e da infância de milhões de jogadores mundo afora.

Esse video é sensacional! Tem tradução automática! Divirtam-se

Se você é fã de consoles bizarros, computadores vintage ou simplesmente adora uma boa história de nostalgia, o Batong BT-686 é uma daquelas pérolas que tornam a busca pelo retro ainda mais apaixonante.

Melhores Jogos de Plataforma para Gamecube As 5 Escolhas Mais Difíceis em Games Silent Hill 2 Remake