Em qualquer discussão sobre a história dos videogames, a Sega é uma presença inegável. Hoje, vamos voltar no tempo para explorar as origens de um dos primeiros consoles desta gigante dos jogos, o Sega Mark III, um console que fez história, inclusive aqui no Brasil.
Origens e Lançamento do Sega Mark III
Lançado em 1985, o Sega Mark III foi a terceira entrada da Sega em sua série de consoles de videogame domésticos. Ele foi projetado para ser o sucessor do SG-1000 II (a segunda versão do primeiro console da Sega, o SG-1000), e foi lançado no Japão como uma resposta direta ao Famicom da Nintendo.
O Sega Mark III era tecnicamente superior ao seu antecessor e ao Famicom. Ele tinha uma CPU de 8 bits Zilog Z80 rodando a 3.58 MHz e vinha com uma memória RAM de 8KB, enquanto a memória de vídeo era de 16KB. Ele era capaz de mostrar 32 cores simultâneas de uma paleta de 64 e tinha uma resolução de 256×192 pixels. Este poder permitiu que o Sega Mark III executasse jogos com gráficos e sons superiores aos do Famicom.
Jogos e Competição
O console tinha uma seleção respeitável de jogos, incluindo títulos que se tornariam clássicos da Sega, como “Alex Kidd in Miracle World” e “Phantasy Star”. No entanto, apesar de sua superioridade técnica e biblioteca de jogos, o Sega Mark III teve dificuldades para competir com o Famicom no mercado japonês. A Nintendo já tinha estabelecido uma base sólida e a Sega teve dificuldade em romper essa vantagem.
Sega Mark III Vira Master System e Chega ao Brasil
Em 1986, a Sega rebrandou o Mark III para o ocidente, renomeando-o como “Master System”. O console foi redesenhado, mas as especificações técnicas permaneceram as mesmas. No mercado americano, o Master System enfrentou desafios semelhantes aos do Japão, competindo contra o já popular Nintendo Entertainment System.
No entanto, no Brasil, a história foi um pouco diferente. A Tec Toy, uma empresa brasileira de brinquedos, adquiriu os direitos para fabricar e distribuir o Master System no país em 1989. A Tec Toy fez um trabalho excelente de marketing, localizando muitos jogos para o mercado brasileiro e até mesmo criando novos jogos baseados em propriedades populares locais.
O Master System tornou-se um grande sucesso no Brasil, superando até mesmo o NES em popularidade. De fato, a Tec Toy continuou a produzir novas versões do console e de seus jogos muito tempo depois que eles foram descontinuados em outros mercados. Isso faz do Brasil um capítulo único e fascinante na história do Sega Mark III e do Master System.
Legado do Sega Mark III
Apesar de suas dificuldades iniciais, o Sega Mark III foi um passo crucial no caminho da Sega para se tornar uma das principais empresas de videogames do mundo. Ele foi o berço de muitas franquias adoradas que continuariam nos consoles posteriores da Sega, e sua reencarnação como Master System ajudou a cimentar a presença global da Sega.
O Sega Mark III pode não ter tido o mesmo impacto imediato que alguns de seus contemporâneos, mas seu legado é inegável. De suas contribuições para o avanço da tecnologia de jogos à sua surpreendente história de sucesso no Brasil, o Sega Mark III é uma peça fundamental na rica tapeçaria da história dos videogames.
Ficha Técnica
Processador
- CPU: Zilog Z80A
- Velocidade da CPU: 3.58 MHz
Memória
- RAM: 8 KB
- VRAM: 16 KB
Gráficos
- Resolução: 256 x 192 pixels
- Cores na tela: Até 32 (de uma paleta de 64 cores)
- Sprites: Até 64 na tela simultaneamente
- Tamanho do sprite: 8×8 ou 8×16 pixels
Som
- Canais de som: 4 (3 geradores de tom, 1 gerador de ruído)
- Chip de som: SN76489A PSG (Programmable Sound Generator)
Armazenamento
- Cartucho: Capacidade de 128 Kb a 4 Mb
- Card: Capacidade de até 32 Kb
Entrada/Saída
- Dois conectores de joystick de 9 pinos
- Slot de cartucho
- Slot de Card
- Conector de RF
- Conector de energia
Mídia
- Cartuchos de jogo ROM
- Cards (apenas para alguns jogos e acessórios)