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Shinobi Está de Volta: Como Art of Vengeance Ressuscitou a Lenda dos Ninjas da SEGA

Se você nasceu nos anos 80, como eu, vai entender o que vou dizer agora. Pouca coisa batia a sensação de entrar numa locadora de videogames e ver aquelas prateleiras lotadas de cartuchos coloridos, com capas chamativas e artes que mais pareciam pôsteres de filmes de ação. Foi assim que eu conheci Shinobi, em uma fita do Mega Drive, pouco depois de já ter visto o jogo nas máquinas de fliperama que dominavam as ruas do Brasil no final da década de 80.

Na época, estávamos todos obcecados por ninjas. Filmes da Sessão da Tarde, revistas de artes marciais e, claro, os Tartarugas Ninja faziam parte do nosso dia a dia. Jogar um game em que você assumia o papel de um verdadeiro mestre das sombras, armado com kunais e uma katana afiada, era o mais próximo que poderíamos chegar de viver essa fantasia.

Agora, mais de três décadas depois, o impossível aconteceu: a SEGA trouxe de volta o mestre supremo dos ninjas com SHINOBI: Art of Vengeance, lançado em 2025 para os consoles de nova geração. E eu vou te dizer: nunca foi tão bom vestir novamente a máscara de Joe Musashi.

Do Fliperama ao Master System: A Origem de uma Lenda

Quando Shinobi apareceu pela primeira vez nos arcades em 1987, ele imediatamente se destacou entre os jogos da época. No Brasil, era comum encontrar uma máquina encostada em bares, padarias ou salões de fliperama barulhentos, cheios de adolescentes disputando quem ia mais longe sem gastar todas as fichas.

O jogo era simples no conceito, mas brutal na execução. Um único erro significava começar tudo de novo. E, mesmo assim, voltávamos sempre. Existia uma sensação de desafio que poucos títulos conseguiam oferecer, e terminar Shinobi era quase um rito de passagem.

Em 1988, o jogo chegou ao Master System, e muitos de nós finalmente puderam levar para casa a experiência que até então só existia no fliperama. Lembro bem da emoção de alugar aquele cartucho na locadora, com a clássica capa branca quadriculada da SEGA, e passar tardes inteiras tentando derrotar os chefes. A transição para os consoles domésticos consolidou Joe Musashi como um dos maiores ícones da SEGA.

A partir daí, a série se espalhou para praticamente todos os consoles da época: NES, Commodore 64, Amiga, Atari ST. O mundo inteiro estava obcecado por ninjas, e Shinobi estava no centro dessa febre.

A Era de Ouro: O Reinado no Mega Drive

O verdadeiro auge veio no Mega Drive. The Revenge of Shinobi (1989) e Shinobi III: Return of the Ninja Master (1993) são até hoje lembrados como os melhores side-scrollers já criados.

Foi nessa fase que muitos de nós, moleques dos anos 90, passávamos horas nas casas de colegas ou nas locadoras, disputando quem conseguia avançar mais rápido pelas fases recheadas de inimigos implacáveis. Com gráficos coloridos, trilhas sonoras inesquecíveis compostas por Yuzo Koshiro, e chefes gigantescos, esses jogos consolidaram de vez a franquia.

Era uma época em que os games eram difíceis de propósito. Não existia “save automático” ou checkpoints generosos. Era treino, repetição e persistência. Mas cada vitória tinha um sabor especial, e é exatamente essa sensação que a SEGA conseguiu resgatar em Art of Vengeance.

O Legado de Joe Musashi

De 1987 a 1993, Joe Musashi foi o rosto da série. De máscara ou sem máscara, de branco ou azul, ele sempre esteve no centro da ação. Depois, outros personagens assumiram o protagonismo:

  • Sho, em Shinobi Legions no Sega Saturn (1995).
  • Hotsuma, em Shinobi no PlayStation 2 (2002).
  • Hibana, a primeira mulher protagonista, em Nightshade (2003).
  • Jiro Musashi, pai de Joe, em Shinobi para 3DS (2011).

Apesar disso, Joe sempre foi a alma da série. E por isso o anúncio de Art of Vengeance mexeu tanto com os corações de quem viveu a época de ouro da SEGA: é como reencontrar um velho amigo que estava afastado há 32 anos.

O Retorno Triunfal em 2025

Depois de 14 anos sem novidades, a SEGA decidiu trazer a franquia de volta às origens. Mas não de forma saudosista apenas: Art of Vengeance é um jogo moderno, visualmente deslumbrante e cheio de novidades, sem perder a essência que fez de Shinobi um clássico.

O que há de novo:

  • Combos e contadores de hit que tornam os combates mais dinâmicos.
  • Gancho ninja e planador, que aumentam a mobilidade do personagem.
  • Shinobi Executions, ataques cinematográficos que misturam magia Ninpo com golpes devastadores.
  • Sistema de loja para adquirir habilidades, algo impensável nos jogos originais, mas muito bem implementado.
  • Companheiro canino Yamato, homenagem direta ao cão de Shadow Dancer.

A história:

Imagem: Divulgação

Desta vez, Joe enfrenta a corporação ENE Corp e o terrível Lord Ruse, um vilão imortal que ameaça transformar o mundo em ruínas. Entre dramas pessoais, como deixar sua esposa Naoko, e o fardo de proteger sua clã, Joe vive talvez sua jornada mais intensa.

Uma Obra de Arte em Forma de Side-Scroller

A primeira coisa que salta aos olhos em Art of Vengeance é a direção de arte. Com visuais que lembram quadrinhos animados, cores vibrantes e cenários repletos de camadas, o jogo consegue ser moderno e nostálgico ao mesmo tempo.

Se você cresceu vendo os gráficos “quadradões” do Master System ou se maravilhou com os sprites do Mega Drive, prepare-se: esse novo Shinobi é de cair o queixo. É como se tivessem dado vida àquilo que imaginávamos na infância quando víamos a capa de um cartucho na locadora.

E o melhor: a jogabilidade manteve o equilíbrio perfeito entre desafio e acessibilidade. Não há mais o temido “one-hit K.O.”, mas ainda assim o jogo exige habilidade, reflexos rápidos e inteligência para superar cada fase. É o espírito dos anos 80 e 90 trazido para 2025.

Por Que Precisávamos do Retorno de Shinobi?

A resposta é simples: porque ele é parte da história dos videogames. Junto com nomes como Sonic, Donkey Kong e Pac-Man, Shinobi ajudou a moldar gerações de jogadores.

Para quem nasceu em 1980 e cresceu entre locadoras, fitas alugadas no fim de semana e tardes intermináveis no Mega Drive, esse retorno é muito mais que um lançamento de videogame. É um reencontro com nossa própria história.

Num momento em que o mercado está repleto de jogos gigantescos em 3D, Art of Vengeance prova que o formato side-scroller ainda tem espaço para emocionar, inovar e conquistar tanto os veteranos quanto os novos jogadores.

Joe Musashi voltou. E voltou para ficar.


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